CONFIRA! Wesley Safadão dá uma super entrevista!


Você pode até não gostar de Forró, mas tem que conhecer Wesley Safadão. Nascido em Fortaleza, o cantor faz cerca de 25 shows por mês e seu cachê pode chegar a R$ 600 mil. Aos 26 anos, estreou em Salvador e teve sua música ‘Camarote’ eleita pelo YouTube como a melhor do Carnaval 2015. Na entrevista a seguir, Wesley fala sobre carreira e sua famosa cabeleira, invejada pela maioria das mulheres. Morando há dois anos com Tiane, de 23 anos, ele conta que está longe de ser ‘Safadão’. Pai de Ysis, de 9 meses, e também de Yudi, de 4 anos, de seu relacionamento anterior, ele mostra que simplicidade e paciência trilharam sua carreira de sucesso.

Várias pessoas têm me dito que seu nome está estourado. Quero saber se houve um momento marcante para acontecer tudo isso que está acontecendo na sua vida?
Eu tenho que agradecer a Deus. Ele vem me abençoando muito, de todas as formas. Eu converso muito com ele desde o início de tudo. Eu já tinha cinco anos de trabalho e às vezes via um cara que começou ali, com três meses, fazendo muito mais sucesso e eu analisava o porquê daquilo. A minha história sempre foi muito degrau a degrau. A gente nunca conseguiu acelerar o processo. Tudo o que aconteceu é fruto de um trabalho dia a dia, fã a fã, show a show. É gostoso chegar em cada cidade para fazer o melhor para que comentem sobre o seu show. Muita gente que não conhece nosso trabalho está falando: “Pode ir para o show do Wesley, porque é bom”.
Você se sentiu injustiçado em algum momento?
Eu não digo a palavra injustiçado, não. Não consigo reclamar, porque sempre pedi a Deus para fazer meu alicerce o mais forte possível. Quando a gente fortifica, a durabilidade é muito maior do que o sucesso repentino, que do jeito que vem some. Sempre quis conquistar estado a estado. Sou de Fortaleza e quis conquistar o Rio Grande do Norte, depois Pernambuco, Alagoas, indo de fronteira a fronteira. Não pensei em ir direto para São Paulo, pulando etapas.

O que falta conquistar?
O nosso nome está bem plantado no Centro-Oeste, Sudeste… Falta ainda ir um pouco mais para o Sul. Meu sonho era puxar um bloco em Salvador e realizei este ano.

Em que momento você viu que estava bombando? Quando sentiu que conquistou Salvador?
No ano passado, eu chegava na Bahia e, na maioria das vezes, algumas pessoas gostavam, outros olhavam com uma cara estranha, se perguntando: “Quem é esse cabeludo em cima do palco?”. Em fevereiro do ano passado, fiz um show para três mil pessoas em um estacionamento de shopping. E ali eu senti que foi diferente. Em maio, fiz um show com Jorge & Matheus e eles estavam estourados. Eu pensei: “Meu Deus. Fiz um show para três mil e foi bom, mas como será para 20 mil?” Ali eu senti que as coisas mudaram.

Seu cachê é o mesmo para cantar em qualquer lugar do Brasil?
Pô, cara, acho que hoje no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, nós temos os contratantes e uma média de porcentagem por show. O padrão está meio que igual. Nos outros lugares, regiões novas, a gente já vai mais acessível. Eu acredito no meu trabalho, mas as pessoas não me conhecem em Belo Horizonte como me conhecem no Nordeste, por exemplo. Então tem que chegar nesses lugares com um preço mais acessível.

Em 2007 você cobrava R$ 5 mil por show.
Às vezes fazia de graça. Já fizemos muito isso. Queria fazer um show em um evento e o contratante dizia que não tinha dinheiro. Então eu fazia de graça. Muitas das vezes a gente pagava para tocar, porque ainda tinha custo de deslocamento, músicos, mas o importante era estar participando, para ter uma vitrine boa.

Hoje seu cachê está por volta de R$ 200 mil?
Não sei se é legal falar de muito caro ou muito barato. Meu último show em Salvador tinha uma porcentagem lá que eu saí com R$ 480 mil. Eu tenho um show em Teresina que tem mais de R$ 1 milhão de bilheteria e 50% da festa é nossa. No próximo é Belém do Pará. Já temos R$ 1,2 milhão e ficamos com R$ 600 mil. No dia 30, temos o ‘Garota Vip’, em Fortaleza: a gente tem 14 mil ingressos vendidos. Arrecadamos R$ 1,4 milhão e ficamos com R$ 650 mil. A gente está fazendo muita coisa. Exemplo: o Leo Dias ligou pedindo nosso evento hoje, a gente pede R$ 250 mil.

E esse programa na TV Globo?
O nome do programa é ‘São João do Nordeste’, vai ao ar em junho, se não me engano dia 21, depois do ‘Zorra Total’. Está homenageando Humberto Teixeira, um dos maiores compositores. Vou conversar com grandes artistas em cada estado.

Isso é uma porta de entrada para a Globo?
Acredito que sim. Mas, Leo, não faço nada pensando… Faço o hoje e o resultado é consequência.

Sua mãe era dona do Garota Safada?
Minha mãe e meu tio. Meu tio fundou a banda e minha mãe entrou de sócia com meu tio. Nessa época eu não cantava ainda, fui começar a cantar depois de quase três anos que a banda havia sido formada. Como era caçula, eu acompanhava a minha mãe e ficava imitando os cantores. Era a banda tocando e o meninozinho lá atrás. Depois comecei a cantar e as coisas foram acontecendo. As pessoas tinham preconceito: “Será que o Faustão vai anunciar: vem aí o Garota Safada?”, falavam. E o Faustão já chegou a anunciar. É estranho até o momento em que você conhece. As pessoas dizem Wesley Safadão, já veem um cara safado, sem vergonha. Mas graças a Deus eu sou um garoto muito tranquilo, focado e a safadeza é só ali em cima do palco, mas nada muito vulgar. Eu sempre me preocupei que meu som entrasse em todas as casas, das crianças até a terceira idade.

Pensou em mudar seu nome? Tirar o ‘Safadão’?
Nunca. A fase de se preocupar com isso já passou.

Qual foi a última vez que você cortou o cabelo?
Sempre tive cabelo grande. Começou com uma promessa. Eu tinha 3 anos, me internei três vezes com pneumonia, corri perigo. Quando minha mãe me levou para o hospital, conheceu uma senhora que perguntou o que eu tinha. Minha mãe conta que falou que era pneumonia e a senhora falou para fazer uma receita de mel com ervas e me dar três vezes ao dia. Minha mãe fez uma promessa e com esse mel fiquei bom. A promessa era deixar meu cabelo crescer. Na época, ninguém na família tinha cabelo grande. Minha mãe fez a promessa e quem pagou fui eu.
Era para que santo?
Não tenho certeza, acho que era São Francisco.

Seu cabelo é liso naturalmente ou você alisa?
Ele já foi bastante liso, mas eu baguncei ele. Engrossou e hoje em dia tenho que estar sempre cuidando, escovando… Normal, é um cabelo ondulado.

Você faz chapinha?
Faço chapinha quando quero o cabelo bem lisão.

Gasta muito para manter o cabelo bonito?
Não gasto porque tenho patrocinador.

Mentira! Quem é o patrocinador?
É um salão em Fortaleza, ele é bem conhecido nos shoppings e manda produtos, mandam um pessoal lá pra casa. Eles mandam massagem, unha e cabelo. Meu xampu acabou, eu ligo e ele manda outro.

Você consegue andar na rua em Fortaleza?
Consigo. Mesmo parando para bater foto. Quando a gente quer ser artista e fazer sucesso, a gente tem que aprender a lidar com o assédio. Você só tem que ter alguns truques. Quero ir para o cinema, vou no último horário, às 11 da noite. Em restaurantes eu procuro sentar em lugares na mesa onde vai ter duas pessoas de um lado, duas no outro, que será difícil sair pra bater foto e as pessoas saberão que vão ter que incomodar pessoas para fotografar. Mas na chegada e saída eu sei que vou bater foto. E analisando, é muito bom, a gente luta pra isso.

Houve uma mudança das bailarinas. Você trocou? Tirou?
Deixa eu te explicar: a gente tirou o balé da banda. Acho que é até injusto começar dizendo que mulher dá muito problema. Temos um grupo que trabalha com a gente na estrada de quase 60 pessoas, técnica, produção. E lidar com gente é difícil. A gente tinha muito problema com o balé, coisas bestas e complicadas.

Acha que elas atraíam público que iam lá vê-las?
Acho que, na nossa região, sim. Claro que elas deixam o palco mais bonito, alegre, sem dúvida. Eu era muito paradão, hoje em dia estou mais solto. Acho que acabei ganhando nesse quesito aí.

Você comprou uma Ferrari vermelha?
 Eu ganhei de presente.

Quem dá uma Ferrari de presente?
O patrocinador.
É zero?
É de 2013, mas tinha só mil quilômetros rodados.

Você gosta de carro?
Quem é que não gosta?

Faz um resumo da sua vida. Quem é o Wesley Safadão para quem não te conhece?
Tenho 26 anos, sou apaixonado pelo meu trabalho. Sou perfeccionista e gosto de focar nos objetivos. Gosto da minha família e de estar com os amigos. Meu hobby é jogar futebol. Tenho algumas paixões como meus filhos e minha mulher. Sou católico.

Então o Safadão pode um dia casar na Igreja?
Pode, lógico (risos). Não tem problema nenhum.

Não vai perder a fama de safadão?
Não tenho fama, não. Não sou, e fui batizado por conta do Garota Safada. Hoje em dia eu gosto muito do nome safadão, mas sou tranquilo.